A forma e a visão que Pierre Lévy tem sobre ciberespaço, ou Internet, é um ampliador livre de comunicação, interativo e comunitário a serviço da inteligência coletiva na verdade a Internet foi criada para fins militares, para desempenhar o papel de interferência nas opiniões públicas e gera dependência. O que de fato, como mostram a posição do autor, vive em um ambiente de contradições, fragmentadas em globalizadores e globalizadas, centro e periferia, bem como a intensa e por vezes conflituosa interação destes ambientes. O uso esta de tal forma que não só as classes dominantes têm acesso às tecnologias, mas como as classes dominadas, mas ainda mais pela multiplicação global.
Quando reconhece que o acesso ao ciberespaço requer infra-estrutura de comunicação e elevado investimento financeiro para as regiões em desenvolvimento, porém não basta o acesso aos equipamentos e interfaces para superar uma situação de inferioridade: “É preciso estar em condições de participar ativamente dos processos de inteligência coletiva que representam o principal interesse do ciberespaço”. Os novos instrumentos deveriam servir prioritariamente para valorizar a cultura, as competências, os recursos e os projetos locais, para ajudar as pessoas a participar de coletivos de ajuda mútua, de grupos de aprendizagem cooperativa, etc.”
Trata-se, portanto, de uma importante ferramenta complementar aos processos nos campos da educação e formação profissional”. Mas, além da informação em tempo real que a internet proporciona, é vital a capacidade de análise rápida dos dados. Tanto que ao longe de ser um instrumento em favor da inteligência coletiva e de concretizar os ideais humanistas preconizados por Lévy, a Internet, instrumento da “revolução da informação” também pode ser usada a serviço das: informações falsas “Desinforma-se o telespectador afogando-o num mar de informações, de dados aparentemente contraditórios (...)”.
A partir de agora, mais é menos! – “e às vezes até menos que nada: já não é mais possível distinguir a manipulação voluntária do acidente involuntário”. LÉVY (1999, p 225), entretanto, crê na capacidade individual de filtrar o dilúvio informacional e afirma que “é muito mais difícil executar manipulações em um espaço onde todos podem emitir mensagens e onde informações contraditórias podem confrontar-se do que em um sistema onde os centros emissores são controlados por uma minoria”. Além disso, o autor acredita que quanto mais a informação circula na Internet, melhor é explorada (ascensão do virtual) e maior será o nosso contato (ascensão do atual), porém, o virtual não substitui o real, mas “são adicionados aos dispositivos anteriores ou os tornam mais complexos em vez de substituí-los” LÉVY (1999, p.211).
É óbvio é as comunidades virtuais se estabelecem a partir da primeira base, da interconexão. Estabelecida a partir da afinidade de interesses, essas comunidades processam a cooperação através da troca de informações que a consolidam enquanto grupo independente de proximidades geográficas. Longe de serem frias, as relações sociais dessas comunidades através de sites são carregadas de emoções e até noticias online (discussões acaloradas, com ataques pessoais), marcando a presença sentimental de cada integrante, o que sugere que “nem a responsabilidade individual nem a opinião pública e seu julgamento desaparecem nos sites”, como afirma Lévy. Informação e sentimento estão presentes numa comunidade virtual: ela não é irreal, é um coletivo que se utiliza de um suporte internacional para trocar informações e sedimentar sua opinião pública, gerando um movimento de idéias e, portanto, de intervenção social, dentro mesmo do ciberespaço e na cibercultura, já que a cibercultura como afirma o autor é a expressão da aspiração de construção de um laço social, que não seria fundado nem sobre links territoriais, nem sobre relações institucionais e de poder, mas “sobre a reunião em torno de centros de interesses comuns”, sobre processos abertos de cooperação, enfim. Lévy afirma que as comunidades virtuais são os motores do universo por contato. Uma terceira base do movimento social da cibercultura é a inteligência coletiva. Trocar informações mais verticalizadas dentro de centros de interesse significa participar de um fórum especializado, onde a circulação da informação (através da interconexão) aconteça de forma mais rápida e centrada (por meio das comunidades virtuais): um coletivo inteligente.
A inteligência coletiva seria, portanto, um resultado, um resultante de uma pequena comunidade virtual temática (lista de discussão…) ou poderíamos pensá-la como a contribuição de idéias de toda a comunidade conectada ao ciberespaço. Fora da interconexão e de uma comunidade virtual, somos, cada um de nós, um elemento contribuinte com o inconsciente coletivo – um movimento etéreo, invisível, intuitivo e não cerebral. No ciberespaço – local de celebração do cérebro – nosso coletivo é (mais) consciente, inteligente e mais visível. Essa massa de informação que imaginamos consistentes é tão desordenada e caótica – sem lógicas, nem mesmo intuitivas – apoiadas em bits e tomadas desplugáveis que nossa contribuição facial é pouco ordenadora, direcionadora mesmo nos sabendo inteligentes cheios de opiniões, cerebrais e defensores em flames de nosso ponto de vis O ciberespaço e sua cultura caminham para todos os pólos.
É uma massa de sons, textos, links perfeitos e quebrados, imagens fixas e em movimento – uma massa binária transportada num vai-e-vem por quem queira manipulá-la de um adir disk a outro ou transformá-la em algo novo, ou apagar-la. Pierre Lévy acredita que a cibercultura é assim mesmo, sem projeto, sem objetivo nem conteúdo; onde nada que a compõem, comunidades virtuais, inteligência coletiva e interconexão significam um programa político ou cultural no sentido clássico. “O programa da cibercultura é o universal sem totalidade”, defende ele. Por trás da cibercultura, por trás das comunidades virtuais, inteligência coletiva e interconexão estão como essências, como valores motrizes, a autonomia e a abertura para a alteridade – essas essências são elas mesmas, o que determina a emergência do ciberespaço, da cibercultura.
Neste sentido, cabe a reflexão sobre o mesmo espanto e surpresa que vivenciamos a expansão intensa e veloz das tecnologias de informação, também nossos antepassados sentiram com as substituições dos suportes (meios) de informação (mensagem): o registro da escrita em papiro, a impressão e distribuição dos livros, etc. Pode se concluir que a cibercultura é um espaço onde as pessoas interagem trocando informações sem compromissos tanto políticos ou culturais desta forma si torna informação que interessa somente as pessoas que fazem partes destas comunidades.
Eliene Gomes Miranda
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